Centros concentram prática de atualização profissional
sem deixar de
lado os horários de trabalho coletivo na escola
Trocas construtivas Educadores fazem cursos e se encontram no centro de capacitação
e, ao mesmo tempo, os formadores vão até as escolas
Um local para ser usado por
professores, diretores e coordenadores pedagógicos que querem investir na busca
de conhecimento para melhor exercer seus papéis. Essa é uma tendência observada
em outros países e que chega ao Brasil: algumas Secretarias de Educação estão
investindo na implantação de centros de formação para os profissionais de suas
redes. "Uma das vantagens de concentrar os encontros formativos e cursos
em um mesmo lugar é a possibilidade de promover, de forma sistemática, a troca
de experiências entre diferentes escolas e a disseminação de boas práticas e
teorias", diz Cleide do Amaral Terzi, assessora pedagógica e consultora
educacional.
A tendência também foi
detectada pela pesquisa Formação Continuada de Professores no
Brasil, que aponta a intenção das Secretarias consultadas em ter
uma sede própria de capacitação. Para Helena Costa Lopes de Freitas,
coordenadora de Formação de Professores da Secretaria de Educação Básica do
Ministério da Educação (MEC), a escola permanece sendo o espaço de formação
continuada por excelência, e ao centro cabe o papel de disseminar e dar
organicidade às políticas públicas de capacitação em serviço.
Mato Grosso é um dos estados que apostam nessa ideia desde 1997. Lá já existem 15 Centros de Formação dos Profissionais da Educação (Cefapros). Além de um prédio em Cuiabá, há unidades em Barra do Garças, Alta Floresta e outras cidades-polo, que atualmente atendem cerca de 30 mil docentes de 724 escolas estaduais. Além disso, a Secretaria de Educação oferece auxílio técnico para as secretarias municipais a fim de que essas, por sua vez, promovam a formação de seus coordenadores pedagógicos.
Mato Grosso é um dos estados que apostam nessa ideia desde 1997. Lá já existem 15 Centros de Formação dos Profissionais da Educação (Cefapros). Além de um prédio em Cuiabá, há unidades em Barra do Garças, Alta Floresta e outras cidades-polo, que atualmente atendem cerca de 30 mil docentes de 724 escolas estaduais. Além disso, a Secretaria de Educação oferece auxílio técnico para as secretarias municipais a fim de que essas, por sua vez, promovam a formação de seus coordenadores pedagógicos.
Os Cefapros têm auditório,
biblioteca, laboratório de informática, salas e alojamento para abrigar os
profissionais de outras cidades que vêm fazer cursos. Os educadores dos centros
são concursados e trabalham em regime de dedicação exclusiva. A esse modelo de
formação, entre outros fatores, as autoridades de Mato Grosso creditam grande
parte do aumento de 36,11% nas notas do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb) do Ensino Fundamental do estado entre 2005 e 2009.
Formadores
também visitam os coordenadores na escola
Para promover um real impacto
na aprendizagem dos alunos, é indispensável que os centros de formação impulsionem
a formação docente liderada pelo coordenador pedagógico em cada escola. Para
tanto, Ema Marta Dunck Cintra, superintendente de Formação dos Profissionais da
Educação Básica de Mato Grosso, diz que a rede oferece orientação em cada
instituição, contribuindo em demandas específicas. Um caso que ilustra essa
articulação é o de Elisiane Tolio, coordenadora pedagógica da EE Nossa Senhora
da Guia, em Barra do Garças, a 508 quilômetros de Cuiabá. Bimestralmente, ela e
outros coordenadores recebem formação no Cefapro da cidade. Na escola, Elisiane
e sua equipe têm o apoio de duas profissionais do centro, que fazem visitas
semanais para orientações pontuais. "Elas são atualizadas e aptas a
indicar ótimos estudos e leituras", relata.
A Secretaria Municipal da
Educação de Curitiba utiliza a formação externa como complemento ao trabalho
coletivo nas escolas. O chamado Centro de Capacitação, um prédio de oito
andares, funciona desde 2004 e oferece cursos aos docentes e coordenadores da
rede municipal - composta de 179 escolas, 174 centros de Educação Infantil e 14
mil servidores. Há 12 salas para no mínimo 50 pessoas - com computador,
projetor multimídia e lousa interativa -, dois laboratórios de informática,
auditórios e biblioteca.
Para cada profissional da rede,
são oferecidas ao menos 80 horas anuais de capacitação. As propostas partem das
coordenadorias da Secretaria, que atuam em colaboração com nove regionais. Os
organizadores verificam a procura pelos cursos e fazem avaliações ao final de
cada um. Uma vez decididos quais conteúdos serão ministrados, a equipe central
busca especialistas em universidades ou em um banco de professores
credenciados. "Ao menos três são contatados para mandar seus planos de
trabalho", diz Eloina de Fátima Gomes dos Santos, diretora do Departamento
de Tecnologia e Difusão Educacional. As propostas ficam no site da Secretaria e
são disponibilizados módulos a distância. Mas os cursos presenciais são tidos
como essenciais: "Temos realidades muito diferentes, por isso a troca de
experiências entre os pares é sempre rica", afirma a diretora.
Quer saber mais?
CONTATOS
Cleide do Amaral Terzi
EE Nossa Senhora da Guia
SEB/MEC, tel. 0800-616-161
Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, tel. (41) 3218-2430
Cefapro de Barra do Garças, tel. (66) 3401-7620
Cleide do Amaral Terzi
EE Nossa Senhora da Guia
SEB/MEC, tel. 0800-616-161
Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, tel. (41) 3218-2430
Cefapro de Barra do Garças, tel. (66) 3401-7620
Publicado em Perfil do
Coordenador Pedagógico, JUNHO 2011. Título
original: Espaços de estudo e reflexão
Disponível em:
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