quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Indisciplina - Erro 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e…não cumprir

Este é o terceiro erro que cometemos ao lidar com a indisciplina e apontado por Roseli Brito, no site www.sosprofessor.com.br. Leia o texto dela na íntegra, aqui mesmo no blog:

"Você já passou pela situação de ter de chamar a atenção de um aluno “indefinidamente” e ele nem dar a mínima para você ? Com certeza, nessa situação você chamou a atenção uma vez, depois duas, depois três e……nada do aluno fazer o que você pedia.

Na verdade demorei muito para aprender que, ao dar vários “avisos” eu estava, dando ao aluno um passe livre para que ele continuasse a fazer o errado.
Você já deve, também ter ouvido a seguinte pérola do aluno: “ não adianta mandar bilhete não, porque minha mãe não vai fazer nada comigo “.
No meu primeiro ano de magistério, lá estava eu ávida para aplicar tudo o que havia aprendido na Faculdade. Agora era a hora de colocar em prática tudo o que os teóricos e especialistas diziam que era apropriado para disciplinar os alunos mais afoitos.
Então o que eu fazia quando os ânimos começavam a ficar inflamados e a sala a sair do controle era pegar o giz de escrever e anotar no quadro o nome de quem estava bagunçando. Como segundo aviso, caso o aluno continuasse bagunçando , (claro que eles continuavam), eu fazia o quê? Uma MARCA ao lado do nome dele que já estava no quadro. E como terceiro aviso, caso ele ainda persistisse na bagunça (eles sempre persistiam), eu sempre encontrava uma outra mega maneira que não levava a nada.
Como eu logo descobri, esse “sistema” não funcionaria nunca. Quem iria intimidar-se com o nome no quadro ? Ou com uma marca ao lado do nome ? O aluno sempre esperava que eu fornecesse uma conseqüência , e na verdade o que eu dava para ele era um “ passe livre” para continuar bagunçando.
No final da aula, além de eu ter uma folha toda decorada e marcada com vários nomes eu ainda continuava com uma sala de aula toda desgovernada. Moral da estória: eu estava longe de saber o que devia fazer.
Depois de muito observar, tentar, testar, insistir, retroceder depois voltar, analisar os teóricos e os especialistas, constatei que não existe uma receita que se aplique a toda as situações. Cada indivíduo e cada situação, são únicos e, portanto exigirão soluções específicas.
Infelizmente, há muitos Educadores ávidos de soluções prontas, ficam eternamente em busca do “ Santo Graal da Sala de Aula” e se frustram dizendo que a teoria, que cursos, que idéias, que sugestões, nada funcionam.
O fato é que, TUDO contribui para criarmos o nosso próprio sistema de gerenciamento da sala de aula no que diz respeito a criar as conseqüências, as regras, o manejo da turma, a preparação das aulas, a seleção das estratégias e atividades.
Seja lá qual for a conseqüência que você tenha definido para inibir o comportamento desrespeitoso de um aluno, seja tirá-lo da sala de aula, seja fazê-lo apresentar um resumo da lição para todos da sala no intuíto de verificar o entendimento, seja chamar os Pais, acionar a Coordenação, fazê-lo copiar 100 vezes no caderno “ não farei mais isso” (ainda tem Professor que pede isso), o segredo é: aplicar a consequência IMEDIATAMENTE.
Isso mesmo, sem dar aviso, sem dar dica, sem ficar adulando ou ameaçando. A eficácia de qualquer sistema de gerenciamento da sala de aula envolve a seguinte premissa: cumpra, imediatamente, o que foi combinado. Nada de julgamentos, bate-boca, justificativas. Seja certeiro e cumpra a sentença.
Faça a seguinte conta: Em uma sala com 30 alunos, cada um tem direito a receber até 3 avisos antes que o Professor tome alguma providência teremos então 90 momentos de bagunça até que o aluno receba a devida conseqüência pelos seus atos. Então a saída é: não dar aviso NENHUM.
Errado: “ Átila, fique quieto. Se eu tiver que ir até a sua carteira, você já sabe o que vou fazer, blá, blá, blá “
Correto: “ Átila, você está atrapalhando a sala de aula. Você ficará 15 minutos após a aula para finalizar suas tarefas”
Talvez a sua pergunta seja: “ A estória terminaria aí ” ? Provavelmente não. No entanto ao cessar em dar tantos avisos, ou de ficar ameaçando e não fazendo nada, o Professor estará contribuindo para criar uma atmosfera de paz."

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