quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Formação Continuada - Sala de Formadores (01/10/2010)


TEMA: Os professores diante do saber: esboço de uma problemática do saber docente (Maurice Tardif)
PAUTA:
1)      Apresentação do tema
2)      Mensagem motivacional (Prof. Luiz Marins)
3)      Orientações para o estudo do texto
a)      Leitura individual do texto
b)      Pequenos grupos para destacar ideias principais
c)      Apresentação das ideias ao grupo maior
d)      Síntese reflexiva e individual da aprendizagem construída
e)      Avaliação
Presentes: Diretora do Cefapro, Coordenador de Formação e Formadores. O coordenador Haroldo apresenta o tema da formação. Em seguida, fazemos a leitura do texto Reforme seus pontos fortes, de Luiz Marins. Somos desafiados a fim de que ao final do encontro cada um destaque um ponto forte seu para o grupo. Cada participante faz a leitura individual do texto. Em duplas, retomamos o texto destacando ideias de tópicos distribuídos no início para cada dupla. Ficamos eu e a professora Lourdes com a parte inicial: 1 O saber docente: um saber plural, estratégico e desvalorizado (preliminares e os tipos de saberes docentes). Fizemos um fichamento com os seguintes destaques:
Preliminares
*       Os professores ocupam uma posição estratégica nas relações que unem as sociedades aos saberes que elas produzem e mobilizam com diversos fins. (p. 33)
*       Num breve histórico, o autor menciona que na modernidade ocidental o desenvolvimento dos saberes ocorreu através dos recursos educativos, de corpos docentes e de formadores capazes de assumir os processos de aprendizagens individuais e coletivos. Na contemporaneidade, destaca que os processos de produção dos saberes sociais e os processos sociais de formação são dois fenômenos complementares e estão inter-relacionados. (p. 33-34)
*       Entretanto, na medida em que a produção de novos conhecimentos tende a se impor como um fim em si mesmo, as atividades de formação e de educação parecem passar para o segundo plano. (p. 34)
*       Os processos de aquisição e aprendizagem dos saberes ficam subordinados à produção de novos conhecimentos, estes comparáveis a “estoques” de informações e, por isso, a dimensão formadora dos saberes (atividades de formação) ficam de fora do círculo dos problemas e questões pertinentes à produção científica. Dessa forma, os educadores distinguem-se dos pesquisadores, ou seja, as instituições universitárias caminham em direção a uma crescente separação das missões de pesquisa e de ensino. (p. 34-35)
*       Contrário a essa visão, conforme o autor, é necessário dizer que todo saber, se insere numa duração temporal que remete à história de sua formação e de sua aquisição. (p.35) Todo saber provoca um processo de aprendizagem e de formação, e quanto mais desenvolvido, formalizado e sistematizado, mais longo e complexo se torna o processo o que exige uma formalização adequada. (p. 36)
*       Para ele, a produção de novos conhecimentos ocupa apenas uma das dimensões dos saberes e da atividade científica de pesquisa. Formações com base nos saberes e produção de saberes constituem, por conseguinte, dois polos complementares e inseparáveis. (grifos nossos) (p.36)
Os saberes docentes
*       Saberes oriundos da formação profissional, saberes disciplinares, curriculares e experienciais.
As relações que os professores estabelecem com os saberes
Os saberes da formação profissional
*       Saberes transmitidos pelas instituições de formação de professores.
Os saberes disciplinares
*       Correspondem aos diversos campos do conhecimento sob a forma de disciplinas.
Os saberes curriculares
*       Apresentam-se sob a forma de programas escolares (objetivos, conteúdos, métodos) que os professores devem aprender a aplicar.
Os saberes experienciais
*       Saberes experienciais ou práticos, baseados no trabalho cotidiano do professor e no conhecimento de seu meio. Incorporam-se à experiência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades de saber-fazer e de saber-ser.
*       ...o professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos. (p.39)
*       Essas articulações fazem dos professores um grupo no qual sua existência depende da capacidade de dominar, integrar e mobilizar tais saberes enquanto condições para a sua prática. E assim, seria de se esperar que os professores pudessem se impor como uma das instâncias de definição e controle dos saberes efetivamente integrados à sua prática; que os professores pudessem ser reconhecidos socialmente pelo desempenho no processo de formação-produção dos saberes sociais.
As formadoras Dijé e Elizete iniciam a apresentação com a mesma temática da nossa dupla. O coordenador direciona esse momento com uma dinâmica interessante: cada dupla tem dez minutos para apresentar, utilizando como microfone um pincel atômico e como cabo, um barbante. Ninguém a não ser quem está com o “microfone” deve intervir porque haverá um momento para o debate.  Depois delas, eu e Lourdes apresentamos nosso fichamento. Logo é a vez dos formadores Samuel e Dalva, seguidos da diretora Mariuza e o coordenador Haroldo com o mesmo tópico: A relação dos professores com seus próprios saberes e Alguns elementos explicativos. Os formadores Ezequiel e Zulmara concluem essa etapa com o tópico O docente diante de seus saberes: as certezas da prática e a importância crítica da experiência. Destaques para: 1) Existe uma relação de alienação entre os docentes e os saberes porque constituem mediações e mecanismos que submetem essa prática a saberes que ela não produz nem controla; 2) Os saberes que são atualizados, adquiridos e necessários para a prática da profissão docente e não se originam das instituições formadores nem dos currículos são os saberes experienciais e a partir deles, o professor interpreta, compreende e orienta sua profissão e prática pedagógica em todas as suas dimensões; 3) Segundo o autor, os saberes experienciais são o núcleo vital do saber docente e dele os professores buscam transformar suas relações de exterioridade com os saberes em relações de interioridade com sua própria prática: Neste sentido, os saberes experienciais não são saberes como os demais, mas retraduzidos, “polidos” e submetidos às certezas construídas na prática e na experiência. (p.54) Assim Tardif questiona se não seria lucro para os professores liberarem seus saberes da prática a ponto de serem reconhecidos por outros grupos produtores de sabe e impor-se enquanto grupo produtor de um saber oriundo de sua prática para reivindicar um controle socialmente legítimo.
Seguido da exposição, debatemos as ideias contextualizando com a nossa prática como professores formadores e parceiros das escolas. O que temos feito para ser um grupo produtor de saber? Como trabalhar isso no Sala de Professor? Cada um tem a oportunidade de sintetizar suas reflexões a partir do estudo. Elencamos nossos pontos fortes, embora alguns tenham mais facilidades que outros. Se fosse para apontar os nosso pontos fracos... Isso seria uma outra história... Avaliamos como positivo o encontro e o coordenador informa que o próximo será dia 14/10 com a apresentação pela equipe pedagógica de um seminário sobre as teorias da aprendizagem.

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