TEMA: Os professores diante do saber: esboço de uma problemática do saber docente (Maurice Tardif)
PAUTA:
1) Apresentação do tema
2) Mensagem motivacional (Prof. Luiz Marins)
3) Orientações para o estudo do texto
a) Leitura individual do texto
b) Pequenos grupos para destacar ideias principais
c) Apresentação das ideias ao grupo maior
d) Síntese reflexiva e individual da aprendizagem construída
e) Avaliação
Presentes: Diretora do Cefapro, Coordenador de Formação e Formadores. O coordenador Haroldo apresenta o tema da formação. Em seguida, fazemos a leitura do texto Reforme seus pontos fortes, de Luiz Marins. Somos desafiados a fim de que ao final do encontro cada um destaque um ponto forte seu para o grupo. Cada participante faz a leitura individual do texto. Em duplas, retomamos o texto destacando ideias de tópicos distribuídos no início para cada dupla. Ficamos eu e a professora Lourdes com a parte inicial: 1 O saber docente: um saber plural, estratégico e desvalorizado (preliminares e os tipos de saberes docentes). Fizemos um fichamento com os seguintes destaques:
Preliminares
Os professores ocupam uma posição estratégica nas relações que unem as sociedades aos saberes que elas produzem e mobilizam com diversos fins. (p. 33)
Num breve histórico, o autor menciona que na modernidade ocidental o desenvolvimento dos saberes ocorreu através dos recursos educativos, de corpos docentes e de formadores capazes de assumir os processos de aprendizagens individuais e coletivos. Na contemporaneidade, destaca que os processos de produção dos saberes sociais e os processos sociais de formação são dois fenômenos complementares e estão inter-relacionados. (p. 33-34)
Entretanto, na medida em que a produção de novos conhecimentos tende a se impor como um fim em si mesmo, as atividades de formação e de educação parecem passar para o segundo plano. (p. 34)
Os processos de aquisição e aprendizagem dos saberes ficam subordinados à produção de novos conhecimentos, estes comparáveis a “estoques” de informações e, por isso, a dimensão formadora dos saberes (atividades de formação) ficam de fora do círculo dos problemas e questões pertinentes à produção científica. Dessa forma, os educadores distinguem-se dos pesquisadores, ou seja, as instituições universitárias caminham em direção a uma crescente separação das missões de pesquisa e de ensino. (p. 34-35)
Contrário a essa visão, conforme o autor, é necessário dizer que todo saber, se insere numa duração temporal que remete à história de sua formação e de sua aquisição. (p.35) Todo saber provoca um processo de aprendizagem e de formação, e quanto mais desenvolvido, formalizado e sistematizado, mais longo e complexo se torna o processo o que exige uma formalização adequada. (p. 36)
Para ele, a produção de novos conhecimentos ocupa apenas uma das dimensões dos saberes e da atividade científica de pesquisa. Formações com base nos saberes e produção de saberes constituem, por conseguinte, dois polos complementares e inseparáveis. (grifos nossos) (p.36)
Os saberes docentes
Saberes oriundos da formação profissional, saberes disciplinares, curriculares e experienciais.
As relações que os professores estabelecem com os saberes
Os saberes da formação profissional
Saberes transmitidos pelas instituições de formação de professores.
Os saberes disciplinares
Correspondem aos diversos campos do conhecimento sob a forma de disciplinas.
Os saberes curriculares
Apresentam-se sob a forma de programas escolares (objetivos, conteúdos, métodos) que os professores devem aprender a aplicar.
Os saberes experienciais
Saberes experienciais ou práticos, baseados no trabalho cotidiano do professor e no conhecimento de seu meio. Incorporam-se à experiência individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades de saber-fazer e de saber-ser.
...o professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos. (p.39)
Essas articulações fazem dos professores um grupo no qual sua existência depende da capacidade de dominar, integrar e mobilizar tais saberes enquanto condições para a sua prática. E assim, seria de se esperar que os professores pudessem se impor como uma das instâncias de definição e controle dos saberes efetivamente integrados à sua prática; que os professores pudessem ser reconhecidos socialmente pelo desempenho no processo de formação-produção dos saberes sociais.
As formadoras Dijé e Elizete iniciam a apresentação com a mesma temática da nossa dupla. O coordenador direciona esse momento com uma dinâmica interessante: cada dupla tem dez minutos para apresentar, utilizando como microfone um pincel atômico e como cabo, um barbante. Ninguém a não ser quem está com o “microfone” deve intervir porque haverá um momento para o debate. Depois delas, eu e Lourdes apresentamos nosso fichamento. Logo é a vez dos formadores Samuel e Dalva, seguidos da diretora Mariuza e o coordenador Haroldo com o mesmo tópico: A relação dos professores com seus próprios saberes e Alguns elementos explicativos. Os formadores Ezequiel e Zulmara concluem essa etapa com o tópico O docente diante de seus saberes: as certezas da prática e a importância crítica da experiência. Destaques para: 1) Existe uma relação de alienação entre os docentes e os saberes porque constituem mediações e mecanismos que submetem essa prática a saberes que ela não produz nem controla; 2) Os saberes que são atualizados, adquiridos e necessários para a prática da profissão docente e não se originam das instituições formadores nem dos currículos são os saberes experienciais e a partir deles, o professor interpreta, compreende e orienta sua profissão e prática pedagógica em todas as suas dimensões; 3) Segundo o autor, os saberes experienciais são o núcleo vital do saber docente e dele os professores buscam transformar suas relações de exterioridade com os saberes em relações de interioridade com sua própria prática: Neste sentido, os saberes experienciais não são saberes como os demais, mas retraduzidos, “polidos” e submetidos às certezas construídas na prática e na experiência. (p.54) Assim Tardif questiona se não seria lucro para os professores liberarem seus saberes da prática a ponto de serem reconhecidos por outros grupos produtores de sabe e impor-se enquanto grupo produtor de um saber oriundo de sua prática para reivindicar um controle socialmente legítimo.
Seguido da exposição, debatemos as ideias contextualizando com a nossa prática como professores formadores e parceiros das escolas. O que temos feito para ser um grupo produtor de saber? Como trabalhar isso no Sala de Professor? Cada um tem a oportunidade de sintetizar suas reflexões a partir do estudo. Elencamos nossos pontos fortes, embora alguns tenham mais facilidades que outros. Se fosse para apontar os nosso pontos fracos... Isso seria uma outra história... Avaliamos como positivo o encontro e o coordenador informa que o próximo será dia 14/10 com a apresentação pela equipe pedagógica de um seminário sobre as teorias da aprendizagem.
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