sexta-feira, 26 de junho de 2009

Aspectos negativos encontrados no Gestar II


Olá, querida professora!

Realizei duas oficinas do TP3 para duas das três turmas a que dou assistência no polo. No próximo sábado (06/06), farei o último encontro.

As oficinas em si foram muito boas. Entretanto, gostaria de ressaltar alguns pontos negativos, relatando que procedimentos tomei e desejando que a professora me dê mais orientações.

A primeira turma de seis cursistas fica em outro município. Há professores que dão aula em escolas municipais na zona rural daquele município. E pensa, professora, um lugar que mal tem energia (zona rural)! Imagina o professor ao menos ter contato com computador!
Então comecei a oficina. Eles deram prioridade às duas atividades do Avançando na Prática e trouxeram os relatórios manuscritos, bem simples; mas infelizmente não preencheram o TP. Fiquei em pânico. Apenas uma cursista preencheu satisfatoriamente.
O plantão só tem acontecido por telefone e e-mail. Infelizmente há professores que nem telefone possui. O meu elo nesse município é a coordenadora pedagógica. Nesse primeiro momento, vejo que deveria tê-la procurado. Não o fiz, pois já que cada cursista tem o seu material e ninguém me procurou, acreditei que estavam fazendo tudo. Ledo engano...
Ao final do dia (oficinas), encaminhei o TP4, e procurei ser flexível apenas nesse primeiro instante, reforçando os critérios de avaliação e dei a eles mais duas semanas para encaminharem pela coordenadora, o que estão me devendo. Fiquei constrangida de avaliá-los quanto ao TP, entretanto não deixei de fazer as observações sobre eles.
Professora, são professores que trabalham em média, sessenta horas por semana. O que pensa sobre isso? Fiz bem ou mal? Eles vão ter menos tempo para o TP4, mas prometeram redirecionar seu planejamento para o Gestar.

A segunda turma, com dezesseis cursistas, tem noventa por cento como clientela o município. Agora veja, justamente o meu município fez adesão ao programa (assinatura) no mês de abril. Imagina o drama de não ter material... A nossa coordenadora do Estado orientou para assim mesmo realizarmos a oficina introdutória. Após a oficina introdutória tive que fazer um estudo do TP e os kits não chegaram, como até hoje, e preciso de dezoito deles. Esses professores apenas têm um kit por escola. As escolas não são aqui da cidade, mas da zona rural e lá na zona rural, há a escola sede e salas de aula em fazendas, assentamentos, distantes a vinte quilômetros mais ou menos (da escola sede). Algumas professoras relataram que não há nem energia. Isso ainda existe no meu Brasil? Perguntei estarrecida, afinal não sou daqui, resido há apenas dois anos e meio nessa região. Então, o que fiz. Selecionei uma atividade interessante de cada seção, dois Avançando na Prática, os textos teóricos, os textos de abertura das unidades, as páginas de correção e de lição de casa. O município providenciou cópias para eles. Depois de três semanas, sabe quando eles conseguiram ter essas cópias em mãos? Um dia antes da oficina...
Professora, fiquei sem saber o que fazer... Tinha que pensar rápido. Na oficina, comecei com a acolhida e depois eles socializaram as dificuldades. Apenas dificuldades... Perguntei quantos haviam conseguido fazer alguma coisa... Apenas seis (de quinze) se manifestaram e o momento do relato de experiência se reduziu a isso. O que se repetiu na oficina da tarde.
O que compensou foi a realização das atividades. Elas, sim, foram um sucesso!
E aí o que combinamos, já que os kits ainda não chegaram. Elas vão fazer todas as atividades que encaminhei (em mais ou menos quinze dias) e até o final desta semana vou entregar para a coordenadora da secretaria municipal a seleção de atividades para o TP4, da mesma forma que do TP3. Professora, não vi outra saída. Se não, quando vamos caminhar com o Gestar por aqui?
Na avaliação, fiquei surpresa. Elas (a maioria está cursando Pedagogia) elogiaram todo o andamento das oficinas. Amaram as atividades da oficina 6. Foi realmente muito gostoso! E reconheceram a riqueza que é o material e vi que estão prontas para brigar por essa formação. Isso realmente animou a todas nós. Ah, e houve professores que vieram por conta própria! A coordenadora da SME comunicou a providência de um micro-ônibus e parece que vai melhorar. E aí, professora, o que acha? Foi um “rebolado” daqueles, que suei, e muito.

Sei que conseguirá me orientar para o que for melhor para eles. Formação por aqui é coisa de outro mundo. Então, mesmo com as falhas deles e alheias a eles, veem que essa é uma oportunidade imperdível!

Desculpe tanto blá, blá, blá, mas é a tal da “diversidade local” (rsrsrsrs). Mas não estou desanimada. Esse desafio está me dando um entusiasmo daqueles, porque só vendo o interesse e a dificuldade é que a gente entende muita coisa...

Abraços.

Judite

Um comentário:

  1. Cara formadora,
    Essa região também é bem diferente da região na qual morava.Mas, foi a simplicidade desse povo e a precariedade dos meios tecnologicos que me fazem permanecer.Para contribuir com o meu singelo conhecimento, que estou aperfeiçoando com o curso GestarII.
    Apesar das dificuldades encontradas, tenho certeza que nossa formadora irá superar todas!
    Afinal, estamos maravilhados com a competência, determinação, responsabilidade e muito profissionalismo de nossa formadora!
    Parabéns Judite, pelo grandioso trabalho que vem efetuando conosco!
    Um forte abraço,
    Paula Érica.

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